Bernardo Vilhena é um poeta e letrista nascido no Rio de Janeiro, em 1949.
Foi fundador e editor das
revistas Malasartes, O Carioca (com
Chacal e Waly Salomão) e Almanaque
Biotômico Vitalidade, com a Nuvem Cigana, coletivo poético e artístico do
qual fez parte na década de 1970, junto com outros integrantes como Chacal,
Ronaldo Bastos, Guilherme Mandaro, Charles, Ronaldo Santos, entre outros.
Participou da
histórica antologia 26 Poetas Hoje,
organizada por Heloísa Buarque de Hollanda e publicada em 1976.
Fundou a gravadora Regata na
década de 1990, pela qual lançou vários artistas, entre eles a cantora Paula
Lima, o primeiro disco solo de Seu Jorge e da banda
paulista de samba rock “Clube do Balanço”.
Em 2015 publicou, pela
Editora Azougue, a antologia Uma vida
bandida e outras vidas, obra na qual foram reunidos todos os seus livros de
poesias lançados anteriormente, além de alguns poemas inéditos .
Como letrista, escreveu
canções para nomes como Lulu Santos, Ritchie, Cazuza e Lobão. Duas dessas são “Menina
veneno”, uma das músicas mais tocadas nos meios de comunicação no ano de 1983, e “Vida
louca vida”, sucesso na voz de Cazuza.
Abaixo,
um poema inédito de sua autoria.
Espaçopoema
Eu percorro o espaço proposto pelo poema
espaço físico
Texturas variadas se sobrepõem à leitura
paredes, muros, chão, céu, tudo
nuvens, mares, rios, líquidos diversos envasilhados
escorridos, derramados, libertos de conformidades
É de todo incerto que a época evocada dê o tom que ilustra o poema
funciona mais à guisa de cenário inconstante
ao se modificar em demonstrações de maleabilidade ouse transformar-se em espaço onírico
o poema estabelece sua cor, cria desníveis, altera e alterna as horas
e se declara atemporal
condições climáticas desafiam a previsibilidade
afastam as noções mais simplórias de claro e escuro
o poema captura o olhar interno do leitor
penetra em regiões abissais
busca a propriedade daquele momento
vivo, liberto, anárquico
o poema e sua trajetória
o poema e sua memória
todas as memórias
o poema e sua história
pleno de liberdade
Certo
ResponderExcluir