terça-feira, 30 de agosto de 2016

Hanna Halm


Hanna Halm é uma poeta, escritora, ilustradora, zineira e musicista nascida em 1993 em Queimados, no Rio de Janeiro.
Participa do coletivo de publicações independentes Drunken Butterflye e integra o selo fonográfico fluminense Efusiva.
Tem poemas publicados no blog Poema Diário e no jornal Plástico Bolha.
Os poemas abaixo são inéditos.




Domus Aurea

não sei de onde vem
nossas linhas cordiais
aos sorrisos pantominos
da antiga casa dourada
em uma Roma de dedos frios e
incêndios recônditos,
privativo desejo de
acharmos uma a outra
em um caos (re)conhecido
e evadir a liberdade que
não temos
as bocas dizem por
metade, a fala
rasgada gravura que cobiçamos
revelar entre os encontros
racionados pelos dias
de alguma paz.
te espero
mesmo caio perdida em
seu caminho brincadeira
quando corro
pela sala que nos
observa querer uma
a outra
dúvida mania de
olhos flama que
nos abraça
em nosso abraço
e zomba dos muros que
cedem a nossa
sede em
descoberta



#



Deixem abertos os meus olhos

deixem abertos os meus olhos, e
sobre o meu peito
feche minha mão
como uma cuia a espera de
lágrimas repreendidas.
compreenda minha altura,
metragem antiquada de índia
(misto de sangue e confusão)
calce-me com botas moles
gastas pelo couro judiado
que andei a vida.
quero sussurros de adeus
ditos ao pé do ouvido surdo
quero meus cabelos penteados
com a calma da escrita
e minha camisa branca
de botões e gola livres
casando minha
íris fosca,
seca feito a boca
que se há de morder.
não hei de perder no breu
tal antropofagia
declarada no berço
que cedo me deitei
e retorno em perímetro maior
para até onde dura
a poeira na vista
que agreguei durante os dias.

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